É colecionador de selos? Conheça estas dicas essenciais!

1. Filatelia e a história do selo postal

A Filatelia é o estudo e arte de colecionar selos postais. Tem origem nas palavras gregas Philos (amigo) e Ateleia (taxa, marca, selo).

É uma área de colecionismo muito interessante, que não exige muito conhecimento. Porém, ter capacidade para investigar, curiosidade para descobrir e algum dinheiro para investir, ajudam bastante no sucesso de um colecionador de selos. O objetivo é juntar os melhores selos numa coleção, quer esta seja geral ou temática.

Até 1840, antes da criação dos primeiros selos, as cartas eram pagas pelo destinatário. Isto significava que os carteiros, após entregar as cartas, transportavam algumas quantias monetárias. Por este motivo, eram frequentemente assaltados. Perante esta situação, Sir Rowland Hill, político inglês, criou a reforma postal: A taxa passou a ser paga antecipadamente, pelo remetente, evitando que os carteiros transportassem dinheiro.

No dia 6 de maio de 1840 é colocado em circulação o primeiro selo do mundo, o Penny Black, com a efígie da Rainha Vitória. Nos anos seguintes outros países instauraram o mesmo sistema.

Como começar uma coleção de Selos

Uma coleção pode ser começada de dua maneiras: a primeira, mais económica, é juntar selos usados de cartas que recebe. Os selos já usados estão carimbados, mas mesmo assim têm valor, desde que sejam bem conservados e organizados. Para impedir que se danifiquem, os selos não devem ser arrancados das cartas. Deve cortar-se o papel da carta com margem à volta do selo, posteriormente coloque o fragmento num recipiente com água submerso durante 20 minutos. Assim os selos soltam-se sozinhos do papel, sem correr o risco de danificar o selo. De seguida deverão ser colocados entre folhas de papel branco ou de jornal, para secar. Só depois devem ser organizados em envelopes, caixas ou, idealmente, num álbum classificador. Caso tenha selos repetidos, escolha o que estiver mais perfeito: sem dobras, sem sujidade, sem falhas no picotado, com carimbo leve e nítido. Também pode guardar selos iguais para trocar com outros colecionadores.

A segunda forma de iniciar o seu percurso como colecionador de selos é a mais comum: comprar os selos novos (sem carimbo) num posto de correio. Cada edição de selo tem um número limitado de exemplares, determinado antes de serem emitidos. Quando são todos vendidos, não pode ser feita nova tiragem para venda, podendo apenas ser negociados entre colecionadores, casas filatélicas particulares e leilões.

Para conservar selos novos, é ideal cobri-los com uma fina camada de pó de talco sem perfume, para impedir que os selos não colem uns aos outros ou aos álbuns, devido ao seu acabamento gomado. Também é importante usar uma pinça filatélica, para evitar que o suor e sujidade dos nossos dedos danifiquem os selos.

Também é possível encontrar selos em lojas de antiguidades e leilões, onde se podem encontrar verdadeiros tesouros a preços reduzidos para qualquer colecionador de selos.

Quais os selos mais valiosos para qualquer colecionador de selos?

British Guiana 1c. Magenta – Emitido em 1856, na antiga Guiana Britânica, este selo postal de 1 cêntimo é considerado o mais raro e valioso do mundo. Atualmente só se sabe da existência deste exemplar, que foi vendido, para um colecionador de selos, em 2021 por 7.747.108€. Este selo pertencia a uma série de selos criados para jornais. Quando uma remessa de selos, enviados por navio, não chegou, foi pedido a dois trabalhadores do jornal Official Gazette que imprimissem 3 exemplares. Receberam orientações em relação ao design, mas os trabalhadores decidiram implementar a imagem de um navio, tornando assim este selo tão único.

Three-Skilling Yellow – Originalmente de cor verde, este exemplar foi impresso a amarelo, devido a erro acidental nas placas de impressão. Este selo, emitido em 1855 na Suécia, foi vendido por 1.300.000€ em leilão, em 2010. O colecionador de selos permaneceu anónimo. Apesar de não se saber quantos exemplares foram feitos, apenas se tem conhecimento de um.

Blue Pence – Considerado um dos mais raros do mundo, este selo foi emitido em 1847 nas Maurícias. Onde se deveria ler “Post Paid” (selo pago), foi gravado “Post Office” (correios). Devido a este erro foi avaliado em 876.000€.

Orange Penny – Emitido na mesma data e local que o Blue Pence, este exemplar apresenta a cor laranja e o mesmo erro literário.

Benjamin Franklin Z-Grill – Este selo, emitido em janeiro de 1868 nos EUA, tem a particularidade de ter uma grelha em forma de Z marcada no papel, que cria pequenas marcas no verso do papel. Este padrão foi usado durante pouco tempo, tendo sido substituído em fevereiro por grelhas em forma de D e E. Só se sabe da existência de 2 exemplares deste selo no mundo, um deles pertence à Biblioteca Pública de Nova Iorque e o outro a um colecionador privado, que o comprou em leilão por 871.981€, em 1998.

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